Classe média volta a ser predominante no Brasil após 9 anos

Por Danandra Rocha — Após quase uma década, o Brasil voltou a ser predominantemente um país de classe média. Os dados foram divulgados pela Tendências Consultoria. Os números evidenciam que, em 2024, 50,1% das residências brasileiras seriam classes A, B e C, com renda familiar mensal superior a R$ 3,4 mil. No último dado apresentado, o maior índice foi em 2015, quando 51% das famílias brasileiras preenchiam essa faixa de renda.

O crescimento econômico nos últimos anos, gerada por um recorrente aumento dos salários e com o fortalecimento do mercado de trabalho, foi uma das razões que determinaram essa transição. Segundo o levantamento, entre 2023 e 2024, houve um acréscimo de 3,6 milhões de novas vagas de empregos formais, levando ao impulso de renda entre as famílias e proporcionado um crescimento na evolução social.

Complementando os outros dados, que foram apresentados pelo estudo é o crescente aumento da massa total de renda, que se elevou, em média, 7% no ano de 2024. As famílias da classe C obtiveram uma renda maior de 9,5%, em um mesmo momento em que a classe B passava por um crescimento de 8,7%. Esses indicadores ultrapassam a média do país, evidenciando um impacto gradativo nas políticas econômicas e sociais.

Apesar dos números mostrarem saltos importantes, estudiosos advertem aos impasses que ainda predominam. A Tendências Consultoria imagina que haverá uma demora no ritmo de desenvolvimento na sociedade em 2025. O aumento e diversificação na renda da classe C, é esperado que seja de 6,4%, superando a média nacional de 3,8%, mas menos expressividade comparado aos anos anteriores.

Outrora, com o crescente aumento de trabalhos informais, desigualdades em salários entre homens e mulheres e com pouco investimento em educação, saúde e qualificações profissionais continuam como obstáculos para a estabilização dessa classe em desenvolvimento.

Com o aumento da classe média no país, a economia acende juntamente com o cenário social e político. Ao longo dos anos, a classe média determinou no consumo e no surgimento de novos setores da educação e saúde particulares, incentivando melhorias nos serviços públicos para uma melhor eficiência.