Delfim Netto dança ‘Thriller’, de Michael Jackson, em charge de Chico Caruso; relembre outras caricaturas

Eram constantes as charges que tinham como personagem principal o ex-ministro da Fazenda e da Agricultura na ditadura militar, Delfim Netto, morto nesta segunda-feira, aos 96 anos. As charges, sempre fazendo piada de alguma declaração ou atitude do economista, eram bem-vindas no escritório de Delfim. Colecionava os desenhos dos artistas.

A série sobre os ex-ministros da Fazenda dançando “Thriller”, de Chico Caruso, foi um sucesso. Depois, o ex-ministro começou a aparecer em charges sobre a Lava-Jato.

Delfim Netto morre aos 96 anos

Delfim Netto estava internado desde a última segunda-feira no Hospital Israelita Albert Einstein em decorrências de complicações no seu quadro de saúde. O ex-ministro deixa uma filha e um neto. Segundo a família, não haverá velório aberto e o enterro será restrito aos parentes.

Formado pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Delfim Netto fez doutorado com uma tese sobre café, tornando-se catedrático de Economia Brasileira na mesma escola em 1958. Contudo, a vida acadêmica perderia espaço para funções na administração pública nos anos seguintes.

Ainda estudante, trabalhou no Departamento de Estradas de Rodagens do governo paulista. Entre junho de 1966 e janeiro de 1967, foi secretário de Fazenda no governo de transição de Laudo Natel, que substituiu o titular, Adhemar de Barros, cassado pelo regime militar

Em seguida, integrou o grupo de Planejamento do governo Carvalho Pinto. No mesmo ano, aos 39 anos, se tornaria ministro da Fazenda a convite do marechal Arthur da Costa e Silva, posto em que permaneceria ainda durante a presidência do general Emílio Garrastazu Médici.

Após o regime militar, se tornou conselheiro de vários governos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer.