Quais são os 25 fatos para ficar de olho em 2025? Veja lista

O segundo mandato de Donald Trump nos EUA promete desestabilizar ainda mais o já conturbado cenário mundial no próximo ano. Os efeitos da administração Trump 2.0 devem ser sentidos nas guerras em andamento, como em Gaza e na Ucrânia — com a promessa de menos ajuda americana a Kiev —, além de aumentar a instabilidade política na Síria e em países da América Latina, como a Venezuela, que viverá mais um mandato contestado de Nicolás Maduro. Na economia, além da previsão do dólar a R$ 6 com a incerteza sobre o impacto do novo governo americano, há a expectativa do acirramento de uma guerra comercial, especialmente com a China, mas com reflexos no Brasil. No cenário doméstico, o país pode enfrentar o risco de avanço de doenças como dengue e gripe aviária, enquanto celebrará progressos na medicina, com novos remédios contra a obesidade e medicamentos inovadores para a dor. Na política, o julgamento de políticos e militares acusados de trama golpista, entre eles Jair Bolsonaro, deve redesenhar o tabuleiro para a eleição presidencial de 2026. Na cultura, os brasileiros encerram o ano com a expectativa de ver o filme “Ainda Estou Aqui” indicado ao Oscar, e se preparam para um carnaval inédito.

MUNDO

Depois de derrotar a vice-presidente Kamala Harris apostando em uma retórica ainda mais inflamada do que nas eleições anteriores, Donald Trump assumirá a Casa Branca em 20 de janeiro, acompanhado de um Gabinete que conta com nomes como o bilionário Elon Musk, peça fundamental em sua campanha, e que servirá aos planos do magnata de acabar com o “Estado profundo”. Entre suas prioridades está prevista a maior deportação em massa de imigrantes da História, e uma nova guerra comercial, com foco na China, mas com impactos em diversos países, inclusive no Brasil.

Em 2024, a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza completou um ano, marcada por pesados bombardeios, mais de 45 mil mortes no território, uma crise humanitária em larga escala e críticas à conduta das forças israelenses, acusadas de “atos de genocídio”. O conflito também se espalhou para outros territórios, como o Líbano, tendo o Hezbollah como alvo. Enquanto o esperado cessar-fogo não vem, Israel expandiu a presença na região central do enclave e parece se preparar para manter um controle a longo prazo da área.

O conflito completa três anos em fevereiro e pode estar perto do fim. Para surpresa de Moscou, Kiev lançou um ataque a Kursk em agosto, avançando centenas de quilômetros e tomando dezenas de cidades. Mas as forças ucranianas estão sob forte pressão desde que o Kremlin passou a contar com milhares de soldados norte-coreanos. A vitória de Trump, por sua vez, acendeu um alerta sobre a redução ou mesmo o fim da ajuda militar a Kiev. E o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a falar em acordo para o fim da guerra.

A coalizão rebelde que acabou com mais de 50 anos do regime Assad prometeu tolerância religiosa e a dissolução de grupos armados, mas ainda há dúvidas se isso realmente será cumprido. Também não está claro como será o novo governo, já que uma miríade de grupos armados controla diferentes partes do território, cada qual com seus interesses e preocupações existenciais. Tudo indica que a queda de Assad significa apenas o começo de uma disputa pelo poder.

Nicolás Maduro foi declarado vencedor das eleições presidenciais da Venezuela de 28 de julho, em um pleito histórico e o mais difícil para o chavismo em 25 anos de poder. O resultado provocou denúncias de fraude por parte da oposição, que não reconheceu a contagem de votos. Ainda não está claro o quanto de apoio internacional o novo governo terá a partir de 10 de janeiro. O Brasil já declarou que não irá reconhecê-lo.

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POLÍTICA

Após a Polícia Federal indiciar 40 pessoas por tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022 — entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro, generais do Exército e ex-servidores —, a Procuradoria-Geral da República analisa se vai denunciá-los. Nesse caso, espera-se que o STF inicie o julgamento em 2025, ano que precede a disputa eleitoral. O futuro de Bolsonaro, que está inelegível, mexe com o tabuleiro da direita para a corrida presidencial de 2026.

O controle e distribuição das emendas parlamentares terão novos capítulos em 2025, depois que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, bloqueou o repasse de recursos às vésperas do Natal. Ele manteve a decisão mesmo diante das tentativas da Câmara em liberar as verbas de comissão.

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ECONOMIA

Depois de uma escalada de mais de 20% este ano, analistas avaliam que o dólar a R$ 6 pode demorar a sair de cena. Os investidores estão considerando dois fatores: a necessidade de um ajuste fiscal mais rigoroso do que o pacote aprovado no Congresso e a incerteza em relação ao impacto das políticas do novo governo Trump, nos Estados Unidos. O que está no radar para o próximo ano é a pressão que a alta da moeda americana pode exercer na inflação e nas decisões sobre os juros.

Antes mesmo de tomar posse, Donald Trump já subiu o tom e ameaçou taxar o Brasil. O novo presidente americano afirmou que o país cobra tarifas altas sobre os produtos que importa dos EUA e que seu governo vai “cobrar a mesma coisa”. Com a volta do republicano à Casa Branca, especialistas esperam o retorno da retórica de tarifas para produtos importados, um dos pilares da agenda econômica de Trump, e da guerra comercial com a China.

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BRASIL

O Brasil sedia em 2025 a 30ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, que acontecerá em Belém, no coração da Amazônia. Após a edição deste ano terminar com sentimento de frustração entre países em desenvolvimento devido aos valores acordados para o financiamento climático global, fica a expectativa de melhores acordos na edição brasileira do evento. No país, o impacto dos extremos do clima continuará na pauta do dia.

Após liderar o G20 em 2025, o Brasil vai assumir a presidência do Brics, bloco formado ainda por Rússia, Índia, China e África do Sul — e que recentemente passou a incluir Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia. A principal proposta é o fortalecimento do Sul Global.

O Senado federal aprovou este ano o projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas, inclusive em recreios e intervalos entre as aulas. Pelo texto, os alunos poderão levar os aparelhos na mochila, mas seu uso será proibido, salvo em casos específicos, como situações de saúde. A restrição já é válida para todos os níveis de educação básica. Outros projetos, em menor escala, também já avançaram em alguns estados.

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RIO DE JANEIRO

Pela primeira vez, o carnaval do Rio terá três dias de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí. Além do domingo e da segunda-feira, o espetáculo se estenderá à terça-feira de folia. Serão quatro agremiações por noite, com a perspectiva ainda de que o sambódromo vire palco de shows especiais.

O Rio de Janeiro foi escolhido pela Unesco como a capital do livro em 2025. Será a primeira cidade de língua portuguesa a receber o título. Com isso, a capital fluminense se compromete com uma série de iniciativas para promover a leitura. Um dos auges da programação deve ser a Bienal do Livro, em junho, numa edição com experiências interativas e imersivas, que contará com uma roda-gigante literária e trará ao evento o conceito de Book Park.

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SAÚDE

Em 2024, o Brasil registrou o quarto ano consecutivo de alta nos casos e mortes e chegou ao recorde de mais de 6,6 milhões de infecções e cerca de 6 mil mortes — quase seis vezes a mais que o total de 2023. Para 2025, a expectativa é que o país passe por uma nova onda de infecções com a chegada do verão. Uma notícia boa, porém, é o avanço da vacinação e a possibilidade de que um novo imunizante seja ofertado no país, o do Instituto Butantan, que foi submetido à Anvisa no fim de 2024 para aprovação.

A gripe aviária se expandiu em 2024 para novas regiões e espécies. Nos EUA, provoca um surto sem precedentes entre vacas leiteiras, com dezenas de casos registrados em trabalhadores rurais. Segundo especialistas, o vírus H5N1 está cada vez mais perto de se adaptar aos humanos. Caso evolua a esse ponto e passe a se disseminar entre pessoas, o mundo ficará mais perto de uma nova pandemia. Mas como o H5N1 vai se comportar no próximo ano? Teremos de fato uma nova crise sanitária?

Os remédios da famosa classe de análogos de GLP-1, como o Ozempic e o Wegovy, têm revolucionado o tratamento da obesidade. Para 2025, há expectativas altas com a chegada do Mounjaro, de última geração, ao Brasil. Além disso, os remédios têm recebido novas indicações para tratar doenças associadas ao excesso de peso, como apneia do sono e riscos cardiovasculares. E novos análogos de GLP-1 também têm avançado nos estudos clínicos, incluindo injeções que proporcionam uma perda ainda maior de peso e comprimidos que oferecem uma eficácia semelhante às canetas.

O cenário em 2024 foi de melhora em relação ao ano anterior, um aumento que parece ser uma tendência. As notícias trazem esperança após uma sucessão de quedas que teve início em 2015, e que foi agravada pela pandemia. Porém, ainda há desafios, como o crescimento do movimento antivacina no país e problemas logísticos. Houve desperdício de imunizantes neste ano, e as doses atualizadas para a Covid-19 chegaram meses após terem sido anunciadas, com indicações ainda confusas para a maior parte da população.

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CIÊNCIA

Desenvolvida para buscar sinais de vida na atmosfera de Vênus, a Venus Life Finder será a primeira missão espacial privada para outro planeta. A nave-robô está sendo construída pela empresa americana Rocket Lab, em colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A missão buscará sinais de química orgânica nas nuvens ácidas do planeta vizinho, o que poderia indicar a presença de vida extraterrestre. O lançamento está previsto para janeiro e a nave deve chegar a Vênus em maio.

Os EUA poderão aprovar no início do ano o analgésico não opioide suzetrigina, de uma nova classe de drogas que promete não causar dependência. Se aprovado, será o primeiro medicamento contra a dor aguda lançado em duas décadas. Também são esperados os resultados de testes com seres humanos de anticorpos que prometem retardar o envelhecimento. Os anticorpos, que atuam especificamente contra a proteína IL-11, reduziram a inflamação e aumentaram a expectativa de vida em 25% em animais.

Após avanços significativos em 2024, a inteligência artificial (IA) finalmente poderá nos ajudar a compreender a comunicação animal no ano que vem — ao menos em parte. O aumento de estudos em modelos de linguagem neural, e o crescente acesso a grandes conjuntos de dados de sons animais, prometem, cada vez mais, identificar padrões e estruturas nas vocalizações de diversas espécies, como cães, gatos e baleias.

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ESPORTES

Principal novidade do calendário do futebol, a Copa do Mundo de Clubes da Fifa reunirá 32 das melhores equipes do planeta em um torneio que acontecerá nos EUA de 15 de junho a 13 de julho. O país terá quatro representantes na competição: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo.

O modelo veio para ficar: já são seis SAFs na Série A do Brasileiro. E o sucesso esportivo do Botafogo de John Textor, campeão nacional e da América, deve acelerar as discussões em outros clubes. Fluminense e Internacional estão entre os que já admitem abertamente que discutirão a adoção do modelo.

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CULTURA

No dia 17 de janeiro, sai a lista de indicados para o principal prêmio do cinema mundial, e é grande a expectativa por uma indicação para “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles. A atriz Fernanda Torres também é cotada para concorrer como melhor atriz, após receber diversos prêmios por sua atuação como a matriarca Eunice, mulher do político Rubens Paiva, morto pela ditadura militar. Ela repetiria o feito da mãe, Fernanda Montenegro, indicada em 1999 por sua atuação em “Central do Brasil”. A cerimônia será no dia 2 de março.

Após o sucesso de Madonna em 2024, o prefeito Eduardo Paes anunciou que a Praia de Copacabana receberá, todo mês de maio, uma estrela da música para shows gratuitos. As especulações sobre a atração do “Celebration May” são muitas, mas a aposta é que a popstar Lady Gaga seja confirmada.

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